Circo Portobello

65Visualizações

A peça de início da carreira do cineasta, dramaturgo e diretor Domingos Oliveira, que estreou em 1964, com o título “A História de Muitos Amores”, com Sérgio Britto como o dono do Circo, cenografia de Gianni Ratto e a produção de Leia Diniz.

A primeira montagem, em 1964, reuniu pessoas que fizeram a história do nosso teatro profissional. Escrita por Domingos aos 19 anos e, com a intenção de remontá-la, foi aprimorada aos 82 anos.

Renata Paschoal, com quem Domingos dividiu a direção de seus últimos trabalhos, assume sozinha esta missão. Talento é o que não falta na trupe envolvida. Há 10 anos disse o autor em entrevista: “Um escritor não tem propriamente um ‘baú de recordações’. Tem no máximo arquivos cheios. E agora não se usa mais aqueles grandes arquivos de metal que são comuns nos escritórios. Eu tinha um. Uma vez fiquei com tanta raiva dele que tirei todos os papéis, botei o arquivo no jardim, enchi de terra e transformei num belo e estranho vaso. Na verdade, “A Estória de Muitos Amores” [título original] sempre tive vontade de experimentá-la de novo. Mas considerei, isso sim, que era coisa do passado. Que eu não teria tempo de voltar lá… ”

Meses antes da morte de Domingos, em 2019, ele revisitou sua primeira peça e a compreendeu de forma diferente. Disse na época que ela estava mais atual do que nunca e começou a reescrever algumas cenas, chamando este mesmo grupo de atores para começar o processo de ensaio.

A estreia estava marcada para abril, mas Domingos faleceu no dia 23 de março de 2019.

Domingos, nesse texto revisitado, fez as pazes com seu jovem atormentado autor. Assim, sua fiel discípula, Renata Paschoal, que há 16 anos produz suas obras e, Priscilla Rozenbaum, sua musa e companheira de amor e criatividade, decidiram continuar com este processo e estrear a primeira peça e última da vida do artista.

Sinopse
‘Circo Portobello – Tudo Vai Bem, Mesmo Aquilo que Vai Mal’ segue as aventuras de Angela, uma bela jovem que chega, por acaso, em um circo decadente e decide se incorporar à trupe. Contratada por Portobello, dono do circo, Angela desperta os desejos de todos os homens, incluindo o trapezista, o palhaço e até mesmo, Portobello.

Uma espécie de colombina, a astuta Angela inicia um jogo arriscado que pode causar sentimentos desproporcionais de amor e ódio, de ciúme, traição e, claro, com uma boa dose de comportamento e humor patético.

Dentro do mistério da natureza humana, existe uma região atingível somente através do mais intenso sofrimento, onde repousa a paz. Uma paz branca, quase imbecil, violentamente liberta de limitações materiais, escrúpulos, culpas.

Nesta região desesperada, sentimos de modo inabalável que tudo está bem, não importa como esteja.

As emoções mais violentas são levadas à ação com a pureza de um jogo de crianças. Além do limite suportável do sofrimento, a vida torna-se um palco de plástica farsa, onde movemo-nos inconsequentemente como delicadas marionetes, certos de um final feliz, no qual nós mesmos não acreditamos.

‘Circo Portobello – Tudo Vai Bem Mesmo Aquilo que Vai Mal’ é o relato de como Portobello, o dono do circo, foi conduzido até esta região tão conhecida por Pimpão, o palhaço, e Angela.

O Autor
Conhecido e aclamado por sua habilidade de buscar soluções criativas para os problemas morais do homem, transformando o cinema na melhor e mais inovadora forma de autoajuda, Domingos Oliveira é autor e diretor do clássico “Todas as Mulheres do Mundo”, com Leila Diniz.

O autor é, provavelmente, o único artista brasileiro a ter uma carreira relevante em três meios distintos: Cinema, Teatro e Televisão.

Em mais de 60 anos de exercício da profissão, escreveu 29 peças, dirigiu 59 espetáculos, publicou 6 livros, lançou 6 traduções, dirigiu 18 longas-metragens e participou de quase 50 telefilmes, como roteirista ou diretor.

Para Domingos, o romantismo sempre foi a melhor forma de se viver a vida e, em meio à era da desilusão. Em sua obra o indivíduo, mesmo quando pequeno, frágil e inseguro, é sempre valorizado.

A Diretora
Atriz e produtora à frente da Forte Filmes, Renata Paschoal trabalhou ao lado de Domingos Oliveira por 16 anos. Ao longo desse tempo, esteve presente em todos as montagens e processos de ensaios do diretor.

Em 2017 assumiu a primeira assistência do diretor na série, ainda inédita, “Confissões de Mulheres de 50”. Domingos, percebendo a vocação natural da diretora, começou a incentivá-la, indicando filmes, livros e, por fim, confiando a direção da série a ela.

Após a bem-sucedida experiência com a série “Confissões de Mulheres de 50” e em homenagem ao seu mestre, Renata escreveu, dirigiu e atuou no curta-metragem “Um Dia Qualquer”, com estreia prevista para segundo semestre 2020. Atualmente, dirige o longa-metragem de ficção “Todo Mundo Tem Problemas com Amor”, com lançamento previsto para 2021.

 

Elenco
Priscilla Rozenbaum: PIMPÃO, O Palhaço
Lucélia Pontes: ÂNGELA, Colombina
Gabriel Antunes: PORTOBELLO, O dono do circo
André Dale: PABLO, O Trapezista
Ana Cordeiro: ANA, A Princesa do circo
Miguel Oniga: LINDOLFO, O comprador do circo

Ficha Técnica
Autor: Domingos Oliveira
Direção: Renata Paschoal
Cenário e Figurino: Ronald Teixeira e Márcio Rosa
Iluminação: Fernanda Mantovani
Produtores: Junior Godim e Roberta Guedes
Fotografia: Sabrina da Paz
Realização: Forte Filmes
DIREÇÃO

Renata Paschoal

PRODUÇÃO

Forte Filmes

Ano de lançamento

2019